Elas por Elas: Aula 01 - A Virgem Maria

Português

Se “não se nasce mulher, torna-se mulher”, também é verdadeiro dizer que não se nasce humano, torna-se humano. E na nossa cultura os humanos são subdivididos ainda em gênero, classe e ordem.

As normas sobre como uma mulher deve ser e se comportar, o que se espera de acordo com a sua classe social, idade, raça, etnia e/ou religião são muito claras. Não seguir as regras também tem consequências amplamente difundidas.

Como esse molde ao qual tentamos nos encaixar foi construído ao longo dos séculos? De que maneira a arte contemporânea (essa subversiva) tem respondido a essa imagem?

Olá, eu sou Nicole Lima, mulher, mãe, doutora e pesquisadora em artes visuais, criadora do curso "Elas por Elas: uma história da representação das mulheres na arte".

Nas minhas pesquisas, tenho encontrado diversas personagens nas quais, inevitavelmente, todas as mulheres esbarram como versões possíveis da performance da feminilidade: a esposa exemplar, a mulher desejável, a mãe, a prostituta, a exótica, a bruxa… Mas, em meio a todas essas figuras, encontro sobretudo uma que reina soberana como a versão primordial do modelo de mulher, enquanto todas as outras performam, de certa maneira, a sua antítese, com num jogo de xadrez invertido, onde o objetivo é salvar a rainha e qualquer movimento contrário é punido com a morte. Essa figura é a da Virgem Maria.

Se, por um lado, a imagem de Maria poderia ser adaptada para atender a propósitos distintos, e inclusive políticos, por outro, isso não significa que sua mutabilidade tenha podido adaptar-se a todas as demandas sociais. Seu limite estava na sexualidade.

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