Fedro, de Platão
O curso traz à tona, tendo como ponto de partida o diálogo Fedro, de Platão, a diferença abissal e irreconciliável entre o amor ao conhecimento e o amor às aparências.
Enquanto o primeiro é o caminho à transcendência, o segundo tem como efeito máximo a persuasão, e efeito mínimo a expressão descarada da soberba.
A busca pela verdade, portanto, é radicalmente distinta da busca pelo controle da vontade alheia. A primeira busca revela a liberdade da vontade. A segunda, um método de tomada ou manutenção de poder que se vale, indiretamente, da ampliação, em outros corpos, de um juízo que justifique um ato.
A vida filosófica é individual e livre. A vida retórica (dos profissionais da persuasão) é interpessoal e condicionada ao cálculo. O filósofo vê o próximo como amigo. O retor/político, como instrumento/meio.
Obras mobilizadas
Fedro. Banquete. Sofista. Político. Íon. Hípias Menor.
Giovani Reale: Introdução às obras completas
Costura dos assuntos
aula 1: Fedro/Banquete (amor ao conhecimento, amizade e transcendência)
aula 2: Sofista (mentira se oculta sob a verdade)
aula 3: Hípias Menor/Político (uso da mentira pressupõe o conhecimento da verdade)
aula 4: Ciência política e prática política: atitudes distintas. Proposta da República: vincular a verdade/amizade à direção da cidade